terça-feira, 28 de setembro de 2010

Gelo

           Um universo que irrompe em chamas. Um mundo gelado, geleira eterna, orgulho e solidão prontos a derreterem, prontos a ferverem e explodirem em labaredas de desejo e fúria. Não sei bem o que sou, nem tenho medo do que não sei que sou, ou do que sei que nao sou. Gelo se molda através do meu corpo, ora na forma de armadura contra as dores do mundo, ora em lâmina fria e mortal contra sentimentos alheios, ferindo com um frio ardente quem dão devia.
           Me falta o fogo de antes, me falta a brasa nos olhar, o incêndio na mente, a fúria piromaníaca no coração... sou gelo. Gelo pétreo, gelo implacável, gelo intransigente, uma verdadeira montanha gelada de indiferença, às vezes. Mas tambem sou fogo, sei que sou. Por mais escondido e obscuro, por mais que esteja entranhando em um universo perdido dentro de mim mesmo, sei que há um pequeno foco de incêndio, uma pequena fagulha pronta a estourar uma reação incendiária de dentro para fora, pronta para criar uma pilha de cinzas e escombros diante de meus pés, diante de minha vontade.

            Mas enquanto isso, não espere que eu me derreta por você, este bloco de gelo é feito para durar...
          

6 comentários:

  1. Hey! Você realmente tem um dom. Palavras profundas e em sincronia, em um texto que prende a atenção de qualquer leitor de forma agradável. Traduz muitos sentimentos, por vezes deixados de lado pelos seres por não conseguirem expressá-los de forma convincente.
    Parabéns, realmente.
    Beijos, T. Passarini.

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  2. tu é sempre indiferente, mas lindo! ahahah

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  3. gostei muito math , interessante!e a explicaçao mais ainda! hihihi beijoss ;)

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  4. hum, tocante e ao mesmo tempo indiferente, reproduz momentos em que não queremos amar ou estamos distantes,muito bom

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  5. nossa, emocionei, é triste, mas é muito bom *-* Thaís here K

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